sábado, 21 de dezembro de 2013

Esperar o Filho de Deus

 

O começo de uma nova história

Neste último domingo do Advento celebramos o ponto alto de nossa esperança e de nossa espera. Revivemos a espera do Messias, para tirar mais fruto de sua vinda, que continua acontecendo em cada momento da história.
Quando o antigo Israel estava ameaçado pelos povos estrangeiros, Deus suscitou a esperança do povo mediante o sinal da “jovem”(a rainha?) que ficou grávida e cujo filho receberia o nome de “Emanuel”, Deus conosco (1ª leitura). Visto que “jovem” pode também ser traduzido por “Virgem”, esse sinal se realiza plenamente em Maria Virgem. A concepção, pela “Virgem”, do filho dado por Deus é o sinal de que Deus está agindo. O povo pode contar com ele.
Em Jesus, a Escritura se cumpre (evangelho). Deus está agindo, mas não sem que os seus colaboradores assumam sua responsabilidade. José, “descendente de Davi”, faz com que o “filho de Deus”(o Messias) nasça “filho de Davi”, ou seja, descendente de Davi, conforme as Escrituras (cf. Mt 1, 1-16). José não precisa ter medo de acolher Maria: ela é sua esposa (Mt 1,20). Ela se tornará mãe do Emanuel, pelo poder do Espírito de Deus (Deus que age, Mt 1,21). Assim, humanamente falando, Jesus é “filho de Davi” e, pela obra do Espírito Santo em Maria, ele é “Filho de Deus” (2ª leitura).
O mistério de Jesus ter nascido sem que Maria deixasse de ser virgem significa que Jesus, em última instância, não é mera obra humana, mas antes de tudo um presente de Deus à humanidade. Seu nascimento é sinal de que Deus está conosco para nos salvar. Seu nome, Jesus, significa “Deus salva”; é o equivalente de Emanuel.
O mistério se manifesta através de sinais: o mistério do amor, através da rosa; o mistério de Deus que age, através do sinal da Virgem que se torna mãe. Há uma coisa que nos ajuda a vislumbrar o significado desta história: diante da gravidez, os pais, e sobretudo a mãe, têm consciência da presença de um mistério: os pais sentem que o filho não é apenas obra deles.
Diante do mistério do Filho que Deus dá ao mundo, nós sentimos profunda admiração-contemplação, fé e confiança diante do agir de Deus em Jesus, verdadeiramente homem e verdadeiramente Filho de Deus. Sentimos também gratidão pelo presente que Deus nos oferece. E deixando de lado todas as (vãs e vaidosas) tentativas de “resolver o mistério”, dedicamo-nos a contemplá-lo e a nos envolver na alegria que ele representa.
 
Do livro “Liturgia Dominical”, de Johan Konings, SJ, Editora Vozes
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