sábado, 19 de outubro de 2013

Médica fala sobre desafio de conciliar medicina e fé

Fonte: Canção Nova

STF
Dra. Elizabeth Kipman Cerqueira durante audiência pública no Supremo Tribunal Federal
Nesta sexta-feira, 18, dia do médico e de São Lucas, padroeiro desses profissionais, o Canção Nova em Foco conversa sobre medicina e fé com a Dra. Elizabeth Kipman Cerqueira, especialista em ginecologia e obstetrícia e diretora do Centro Interdisciplinar de Estudos em Bioética (Cieb) do Hospital São Francisco de Assis, de Jacareí (SP).

Dra. Elisabeth, que é católica, destaca que conciliar medicina e fé, por vezes, é como "viver perigosamente". Ela explica que, cada vez mais, há na sociedade a ideia de que a ciência pode tudo e a fé, ou qualquer argumento relativo à ela, seria um atraso. "Nesse aspecto, exige firmeza, que a gente tenha clareza dos conceitos e não se deixe seduzir apenas por um progresso científico". Para ela, a ciência deve ser orientada pela fé.


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.: Ouça íntegra da entrevista


Quanto a temas relacionados à vida, a médica, que é uma estudiosa na área de bioética, acredita que a fé não entra tanto em "choque". Para ela, a questão do aborto por exemplo, não é propriamente uma questão de fé. "A gente não aceita o aborto, inclusive, por motivos humanos e claros: a vida começa com a fecundação, o que não é um ato de fé".

Já a visão que o profissional tem da pessoa humana, é para ela um ponto de conflito. “Na bioética os conflitos aparecem, justamente a partir da visão de pessoa e é ampliado pelo compromisso de fé. Aí 'pega' desde a fecundação, fecundação in vitro, aborto, a não aceitação de um bebê com má formação, cirurgias desnecessárias…”

A médica acredita que a espiritualidade aplicada no exercício da profissão é um grande diferencial, como por exemplo a oração feita antes de iniciar o trabalho e durante os momentos de maior dificuldade. Ela conta que compartilha sua fé com colegas que dão abertura para isso, e que quando não há essa abertura, o melhor, é testemunhar os valores cristãos com a própria vida.

“Se a mãe chega dizendo 'eu tenho direito' [de abortar], eu sei que eu tenho direito à objeção de consciência e aí, a gente vai até as consequências que eventualmente a lei possa ter".

Na entrevista, Dra. Elisabeth aprofunda essa questão da objeção de consciência diante de casos como a prática do aborto. [Ouça]

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